TESTES E PROCEDIMENTOS EM ALERGIA

O diagnóstico das alergias é feito através do histórico clínico, exame físico e exames complementares. Alguns testes são do escopo do alergologista, como o Prick Test, o Patch Test e o Teste de Provocação Oral.

Teste de Puntura ou Prick Test

O Prick Test tem por objetivo detectar sensibilização à alergénos ambientais como ácaros, fungos, baratas, pólens, pêlos de animais, alimentos e alguns medicamentos.

Pode ser realizado em qualquer idade, porém o profissional definirá se o exame é viável, além de levar em consideração algumas particularidades do paciente.

Para a realização do teste é importante que sejam utilizados extratos padronizados e puntores adequados. O profissional deve ser habilitado e treinado para tal. 

É realizado na região volar dos antebraços, onde é colocada uma gota do extrato e feito uma pequena puntura. Após alguns minutos é realizada a leitura.

O teste positivo revela uma sensibilização e não necessariamente uma alergia.

Existe uma variação do teste chamada "Prick to prick", onde são utilizados alimentos ou medicamentos.

Usa-se com frequência para testar vegetais e frutas.

O Prick é um importante passo para a indicação da imunoterapia específica.

Teste de Contato ou Patch Test

O Patch Test é considerado o padrão-ouro no diagnóstico da Dermatite de Contato Alérgica. Esse teste também auxilia no diagnóstico das alergias alimentares e medicamentosas.

Existem várias baterias com diferentes substâncias que são aplicadas de acordo com o quadro clínico e histórico do paciente.

É um teste do escopo do alergologista que consiste em colocar substâncias em contato com a pele do paciente.

São realizadas 2 leituras, em 48h e em 72h a 96h.

Exemplos de baterias disponíveis:

- Bateria Padrão - Bateria Regional  - Bateria Corticóides   - Bateria Capilar   - Bateria Alimentos     - Bateria Anti-inflamatórios   - Bateria Unhas   - Bateria Cosméticos

O teste de contato é o método mais eficiente para confirmar o diagnóstico etiológico do eczema de contato alérgico. Os alérgenos testados são colocados em pequenas câmaras já coladas em uma fita micropore. Essas fitas têm espaço para até 10 alérgenos — e elas são coladas nas costas do paciente por 48 horas. Após esse tempo, as fitas são retiradas e são realizadas as duas leituras do teste.

Imunoterapia com Alérgenos

A imunoterapia com alérgenos é utilizada há mais de 100 anos. Atualmente é importante na estratégia terapêutica de alergias respiratórias e alergia a himenópteros.

Há fortes evidências científicas de eficácia clínica em casos de asma, alergia a picada de formigas, abelhas, vespas e rinossinusite alérgica. Mais recentemente também tem sido empregada na Dermatite Atópica.

A imunoterapia com alérgenos consiste na administração de doses crescentes de alérgenos com o objetivo de induzir a tolerância. O efeito é duradouro.

A imunoterapia é a única estratégia terapêutica capaz de alterar a evolução natural da alergia, prevenindo seu agravamento e o surgimento de novas sensibilizações, com efeito duradouro mesmo após sua suspensão.

Os extratos alérgênicos, cada vez mais purificados e padronizados, permitem definir doses ótimas de antígeno administradas durante o tratamento.

Há evidências de redução significativa dos sintomas, do uso de medicamentos, melhora na qualidade de vida e redução de novas sensibilizações.

A imunoterapia na rinite, pode reduzir o risco de desenvolvimento de asma.

A duração do tratamento é, em geral, de 3 a 5 anos.

A adesão do paciente é determinante para o sucesso do tratamento.

Em conclusão, a Imunoterapia é uma estratégia muito útil no manuseio das alergias respiratórias e a venenos de insetos, possibilitando redução de doses e quantidades de medicamentos e prevenindo novas sensibilizações, melhorando a qualidade de vida e controlando a alergia.

Deve ser realizada por profissional habilitado e treinado.

Teste de Provocação Oral

É um procedimento que consiste na oferta progressiva de um alimento ou medicamento, a intervalos regulares, sob supervisão médica, para monitoramento de possíveis reações clínicas.

Pode ser indicado para confirmar ou excluir uma alergia a medicamento ou alimento, avaliar aquisição de tolerância e o efeito do processamento do alimento em sua tolerabilidade.

É o padrão ouro para o diagnóstico de alergias alimentares e a fármacos.

SUPERVISÃO DE VACINAÇÃO EM PACIENTES COM ALERGIA A OVO
Alergia a ovo e vacina contra febre amarela

Pacientes com sintomas leves a moderados podem receber a vacina sob supervisão médica.

Pacientes com sintomas graves, à princípio, não devem receber a vacina. Porém, a vacinação pode ser possível sob supervisão médica.

Alergia a ovo e vacina contra gripe

Pacientes com sintomas leves a moderados podem receber a vacina.

Pacientes com sintomas graves podem se beneficiar de uma consulta com um alergologista.

Alergia a ovo e vacina contra sarampo, rubéola e caxumba

Pode ser administrada em pacientes com alergia a ovo, independentemente de sua manifestação clínica.

Alergia a leite de vaca e vacina contra sarampo, rubéola e caxumba

Estes pacientes não devem receber a vacina tríplice viral originária do Serum Institute of India, visto haver traços de leite nessa vacina.